Quando soube da morte do pai, Beatriz Guimarães lembrou logo do sonho de Claudinho em ter um neto – ele já tinha uma neta. Dizia que seria seu parceiro de samba. Mas não deu tempo. O segundo filho de Beatriz ainda não nasceu.
“Ele falava muito nesse neto, apesar de todo o carinho que tinha pela neta. Ele era assim com todos da família. Sempre atencioso e conselheiro. Um paizão nato”, elogiou.
Beatriz lembra que o pai não ligava para coisas materiais, como roupa, celular ou carro novo. Ela ressaltou que o pai chamava a atenção pela alegria e pela atenção que dava a qualquer pessoa, conhecida ou não, tratando todos por igual.
“Meu pai era iluminado. Ajudava muita gente, mesmo sem conhecer. Era comunicativo demais e procurava sempre fazer o melhor quando o assunto era trabalho ou música. Do mesmo jeito que era com os amigos, brincalhão, gozador, também era em casa. Foi muito emocionante o carinho que recebemos de várias pessoas, principalmente dos alunos da oficina de música do Projeto Cultura de Direitos”, frisou.
A filha conta sobre um hobby do pai que poucos conheciam: ele gostava de cozinhar. “Quando estava em casa, gostava de conversar com a família ou cozinhar. Era um verdadeiro chef, cheio de novidades e muito criativo. Preparava o almoço ou a janta e ainda fazia questão de lavar a louça. Um gentleman”, sorriu, emocionada.
Nem mesmo o ‘fuso horário’ do artista, cantor e compositor era problema para a família. “Meu pai era do samba. Seus shows eram à noite, varando a madrugada. Ele chegava de manhã em casa. Quantas vezes eu ligava para ele às 11h da manhã e ele não atendia porque estava dormindo. Sem problema. Quando acordava, ele era totalmente dedicado à família”, contou.
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